A noite chega e a cidade vai se aquietando. Esperei esse momento para absorver com atenção o que imaginava ser algumas pitadas de alta sabedoria. Não estava errado, em pouco mais de vinte minutos, Paulo Mendes da Rocha não profere um discurso ou uma aula, mas um diálogo com o homem urbano.
Diálogo que dificilmente temos nas escolas e faculdades, com sua cartela de didáticas caducas. Diálogo raro no sofá de casa ou na mesa do bar. Diálogos impossíveis nas corporações mecanizadas e seus pensamentos robóticos.
Os papos de Paulo Mendes da Rocha são sempre de alto gabarito. Pensei em tanta gente que poderia assistir, debater e contribuir, outros que talvez estejam esculturando a vida com pensamentos obtusos. Não satisfeito, assisti uma segunda vez, dessa vez anotando os principais pontos e frases, com o objetivo de colocar aqui nessa postagem. Mas desisti. Quem se interessar de fato, vai ver. Irá concordar, discordar, repassar o papo, enfim, promover o debate. Não posso “mastigar” e desviar de contexto um conteúdo tão importante como esse.
Sempre vejo esse homem por aí, caminhando sereno, olhando pra cidade com interesse, de tal forma que penso que esse diálogo é um pequeno presente para nós. Bom proveito.