Apenas imaginando. Numa roda de bate-papo elevado, teríamos pessoas de realidades e experiências diversas. Essas trocariam ideias sobre fatos e imagens comuns a mesma sociedade ou então, relatos de algum aspecto desconhecido. Somariam conceitos. Reforçariam argumentos.
A realidade é que a sociedade contemporânea carece do prazer e da necessidade de se dividir em castas. No ‘happy-hour’, na festa, na academia, no jogo…os grupos tendem a “respeitar” uma bizarra hierarquia social e intelectual.
Essa troca de experiências diversas acaba jamais existindo, ou não da maneira como deveria. O resultado é a manutenção e o polimento de uma pedra arcaica. É como uma floresta de eucaliptos, pronta para o abate. E também pronta para ser replantada. Ou de robôs de uma mesma série.
A religião e a política estão há séculos fazendo o seu papel de senhores das mentes alheias. Em plena era da midiatização, isso se arraiga sem nenhuma sutileza. Esses grupos robóticos que já não se misturam, que não exploram terrenos que não estejam programados, quebram o tédio abismal de suas vidas participando de ofensivas contra outros grupos. Nesse momento, sua mente te conduz para imagens de ataques terroristas, com razão. Mas essa imagem pode não estar tão distante. A quebra do tédio desses grupos se dá na portaria de um prédio, quando o sujeito avança todos os dias com arrogância e um ar eternamente apressado e orgulhoso a qualquer um que ouse cruzar os seus olhos de zumbi. Quebra quando o moleque na escola exibe com a arrogância dos pais, alguma coisa que o outro ainda não tem.
Quebra na igreja, quando qualquer sacerdote faz o religioso acreditar que ele deve temer ao oculto, ao castigo, como uma forma de conduta correta, a fim de preservar conceitos fabulosos e o seu espaço pós-morte. Que deve reverenciar entidades mais do que a si mesmo e a sua própria vida que escorre. Que a sua religião é mais pura e cristalina do que a do vizinho.
Sabemos que a mediocridade destas ações fazem parcerias cotidianas. O infame orgulho de classes, seja pelo fato de ser pobre ou rico, a religião do medo, a política do ódio e para completar a amarga receita, uma boa pitada de nacionalismo.